As contribuições de Galileu à astronomia nas abordagens de livros didáticos de física: uma análise na perspectiva da natureza da ciência

Autores/as

  • María Amelia Monteiro
  • Roberto Nardi

DOI:

https://doi.org/10.54343/reiec.v10i1.169

Palabras clave:

Astronomía de Galileo, naturaleza de la ciencia, Libros de texto de física

Resumen

O objetivo da pesquisa aqui relatada foi analisar como os autores de treze livros didáticos de físicada educação básica brasileira tratam as contribuições de Galileu para a astronomia. Diante doobjetivo, elaboramos questões de pesquisa e nos fundamentamos em referenciais da história daciência, bem com da natureza da ciência. No tocante aos procedimentos metodológicos,fundamentamo-nos na análise de conteúdo e organizamos as abordagens dos livros didáticos emtrês categorias, a saber: aquelas que não mencionam as contribuições de Galileu à astronomia, asque mencionam as contribuições de Galileu, porém, desarticuladas do contexto e por último,aquelas que se referem à s contribuições de Galileu associando-as com a emergência docopernicanismo e a derrocada do aristotelismo. Constatamos que a maioria dos livros didáticosanalisados citam as contribuições de Galileu à astronomia e mencionam outros acontecimentosimplicados no contexto daquela produção. Porém, referem-se a esses como fatos desarticuladosentre si e do contexto mais amplo, não possibilitando que a natureza da ciência seja evidenciadaem uma perspectiva ampla. As abordagens assemelham-se a uma retórica das conclusões.Constatamos ainda que, no tocante as menções aos dados observacionais construídos por Galileusão tratadas em uma perspectiva epistemológica empiricista-indutivista, desprezando aspressuposições teóricas daquele no tocante a interpretação dos dados construídos. Em certamedida, as abordagens dos livros didáticos sobre as contribuições de Galileu à astronomiaincorporam uma perspectiva restrita em relação à natureza da ciência, distanciando-se dospressupostos de uma educação científica e tecnológica crítica.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Abd-El-Khalick, F., Lederman, N. G. 2000. Improving science teachers’ conceptions of nature of science: a critical review of the literature. International Journal of Science Education, 22 (7), 665-701.

Abd-El-Khalick, F. (2005). Developing deeper understandings of nature of science: the impact of a philosophy of science course on preservice science teachers’ views and instructional planning. International Journal of Science Education, 27 (1), 15-42.

Abd-El-Khalick, F., Waters, M., Le, A. P. (2008). Representations of nature of science in high school chemistry textbooks over the past four decades. Journal of Research in Science Teaching, 45(7), 835-855.

Acevedo, J. A., Vázquez, A., Paixão, M. F., Acevedo, P., Oliva, J. M., Manassero, M. A. (2005a). Mitos da didática das ciências acerca dos motivos para incluir a natureza da ciência no ensino das ciências. Revista Ciência e Educação, 11(1), 1-15.

Acevedo, J. A., Vázquez, A., Martín, M., Oliva, J. M., Acevedo, P., Paixão, M. F., Manassero, M. A. (2005b). Naturaleza de la ciência e educación científica para la participación ciudadana. Uma revisión crítica. Revista Eureka Sobre Enseñanza y Divulgación de las Ciencias, 2(2), 121- 140.

Alonso, A. V., Mas, M. A. M., Díaz, J. A. A., Romero, P. A. (2007). Consensos sobre la naturaleza de la ciência: la comunidad tecnocientífica. Revista Electrònica de Enseñanza de las Ciencias, 6(2), 331- 363.

Alters, B. J. (1997). Nature of ccience: a diversity or uniformity of ideas? Journal of Reseach in Science Teaching, 34(10), 1105-1108.

Apple, M. W. (2006). Ideologia e currículo. 3 ed. Porto Alegre, RS: Artmed.

______ As políticas culturais e o texto. (1997a). In: Conhecimento oficial. A educação democrática em uma era conservadora. 2 ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 69-96.

______ (1997b). Regulando o conhecimento oficial. In: Conhecimento oficial. A educação democrática em uma conservadora. 2 ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 97-136.

Bardin, L. (2010). Análise de conteúdo. Edições 70, Lisboa.

Bartholomew, H., Osborne, J., Ratcliffe, M. (2004). Teaching students “ideas-about-science”. Five dimensions os effective practice. Science Education, 88 (5), 655-682.

Bell, R., Lederman, N., Abd-El-Khalick, F. (2000). Developing and acting upon one’s conception of the nature of the science: a follow-up study. Journal of Research in Science Teaching, 37(6), 563-581.

Bogdan, R. C., Biklen, S. K. (1994). Investigação qualitativa em educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.

Chiappetta, E. L., Fillman, D. A. (2007). Analysis of five high school biology textbooks used in the United States for inclusion of then nature of science. International Journal of Science Education, 29(15), 1847-1868.

Choppin, A. (2004). História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Educação e Pesquisa, 30(3), 2004, 540-566.

Copérnico, N. (1984). As revoluções dos orbes celestes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

______ (1990). Commentariolus. São Paulo, SP: Nova Estela.

Crombie, A. C. 1974. História de la ciência: De San Agustin a Galileo. Vol II. Madri: Alianza Editorial.

Diáz, L., Pandiella, S. (2007). Categorización de las ilustraciones presentes em livros texto de tecnología. Revista Eletrónica de Enseñana de las Ciencias, 6(2), 424 – 441.

Francisco Júnior, W. E. (2009). Analogias em livros didáticos de química. Um estudo das obras aprovadas pelo Plano Nacional do Livro Didático Para o Ensino Médio 2007. Ciência & Cognição, 14(1), 121-143.

Galilei, G. (2010). O Mensageiro das estrelas. 2 ed. Tradução de Henrique Leitão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

______ (2004). Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico e copernicano. 2 ed. Tradução de Pablo Rubén Mariconda. São Paulo, SP: Discurso Editorial e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Guisasola, J., Almudí, J. M., Furió, C. (2005). The nature of science and its implications for physics textbooks: the case of classical magnetic field theory. Science & Education, 14 (3), 321-338.

Irez, S. (2009). Nature of science as depicted in turkish biology textbooks. Science Education, 93 (3), 422-447.

Kuhn, T. S. (1990). A Revolução copernicana. A astronomia planetária no desenvolvimento dopensamento ocidental. Tradução de Marília Costa Fontes. Lisboa: Edições 70.

Langhi, R., Nardi, R. (2007). Ensino de astronomia: erros mais conceituais mais comuns presentes em livros didáticos de ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 24(1), 87-111.

Leitão, H. (2010). Estudos introdutórios. O Mensageiro das estrelas. 2 ed. Tradução de Henrique Leitão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 19-140.

Mariconda, P. R. (2004). Introdução ao diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico e copernicano. In: Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico e copernicano. 2 ed. Tradução de Pablo Rubén Mariconda. São Paulo, SP: Discurso Editorial e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

______ (2005). O alcance cosmológico e mecânico da carta de Galileu Galilei a Francesco Ingoli. Scientiae Studia, 3(3), 443-465.

______ (2006). Galileu e a ciência moderna. Cadernos de Ciências Humanas, 9(16), 267-292.

Monteiro, M. A., Nardi, R. (2012). As observações astronómicas de Galileu nas abordagens dos libros didáticos de física: aspectos da natureza da ciencia. Anais do II Simpósio Nacional de Educação em Astronomia, 97-106.

Pedersen, O. (1973). A formação de um novo universo. O Correio da Unesco, 1(6), 14-18.

Rodríguez, M. A., Niaz, M. (2004). A reconstruction of structure of the atom and its implications for general physics textbooks: A history and philosophy of science perpective. Journal of Science Education and Technology, 13 (3), 409-424.

Rossi, P. (1992). A Ciência e a filosofia dos modernos. São Paulo: Editora da UNESP.

Schwab, J. J. (1960). Enquiry, the science teacher, and the educator. The Science Teacher, 27(6), 6-11.

Sadler, T. D., Chambers, W. F., Zeidler, D. (2004). Student conceptualizations of the nature of science in response to a socioscientific issue. International Journal of Science Education, 26(4), 387-409.

Solaz-Portolés, J. J., Vidal-Abarca, E., Sanjosé, V. (1993). Análisis didáctico, epistemológico e histórico de la introducción de los modelos atómicos em los textos de 2º de BUP. Enseñanza de las Ciencias, Número extra (IV Congreso), 283-284.

Stinner, A. (1992). Science textbooks and science teaching: from logic to evidence. Science Education, 73, 591-605.

Descargas

Publicado

2015-10-13

Número

Sección

Artículos